O índice geral de serviços superou as expectativas em outubro, registrando um crescimento de 1,1%, acima da estimativa de 0,6%. Esse desempenho foi impulsionado principalmente pelo setor de transporte aéreo, que cresceu 27% em relação a setembro e mais de 34% comparado a outubro de 2023. A deflação nas passagens aéreas, com uma queda de 11,4% no IPCA, contribuiu para o aumento do faturamento real do setor. No entanto, é necessário cautela, pois a alta de mais de 20% nas passagens aéreas em novembro pode impactar negativamente os próximos resultados. Apesar disso, o setor de serviços continua sólido, com projeções de crescimento do PIB ajustadas para 0,6% no quarto trimestre e 3,5% para 2024.
"O índice geral de serviços cresceu acima do esperado em outubro, com alta de 1,1%, acima da nossa estimativa e da mediana do mercado de 0,6%. Esse resultado se deve, principalmente, ao forte desempenho do setor de transporte aéreo, que expandiu 27% frente a setembro e mais de 34% em relação a outubro de 2023",disse Rodolfo Margato, economista da XP.
Observamos um efeito deflacionário nesse setor, com o item de passagens aéreas no IPCA mostrando queda de 11,4% em outubro. Essa deflação impulsionou o faturamento real dos serviços de transporte aéreo, explicando a surpresa em relação ao índice geral de serviços.
De acordo com Margato, é importante ponderar que o resultado surpreendente de outubro precisa ser avaliado com cautela, especialmente considerando a provável reversão desse efeito na próxima divulgação, em novembro. As passagens aéreas, segundo o IPCA, subiram mais de 20% no mês passado, o que deve derrubar o faturamento real dos serviços de transporte aéreo na próxima leitura.
De qualquer forma, permanece a nossa visão de que o setor terciário continua sólido, com crescimento contínuo, apesar de alguns sinais heterogêneos entre as categorias. Notamos certa acomodação na margem dos serviços prestados às famílias, mas, por outro lado, uma aceleração em serviços técnico-profissionais.
O setor de serviços tem grande peso no PIB e, por isso, ajustamos a nossa projeção de curto prazo para o PIB do quarto trimestre. Esperamos agora alta de 0,6% em relação ao terceiro trimestre, com ajuste sazonal, e crescimento de 4,3% na comparação com o último trimestre do ano passado.
Por fim, mantemos nossa projeção de aumento de 3,5% para o PIB de 2024 como um todo, com um ligeiro viés de alta em nossas estimativas mais recentes. O PIB deve crescer entre 3,5% e 3,6%. Em breve, divulgaremos uma nota mais completa analisando os dados da PMS de outubro.", conclui Rodolfo Margato, economista da XP.
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